Aflições Gerais e Irrestritas

janeiro 30, 2005

She's all I ever had

Você não está me esperando. mas eu chego e fico te olhando, reparando em seus movimentos, seu corpo liso de pele gostosa de se tocar. Penso no dia em que o beijei todo pela primeira vez. Você está ouvindo uma música que lembra nossos momentos juntos. Começa a cantá-la e eu me sinto triste de não poder te abraçar. Uma infinita distância nos separa. Você pega algumas fotos nossas e começa a olhá-las, com o olhar triste, cansado. Olha-as, às vezes ameaça sorrir, mas o sorriso se perde no ar. Então uma lágrima lhe escorre pela face lisa, indo parar no canto dos lábios que muitas vezes já beijei. Começo a ficar ainda mais triste. Então você guarda as fotos, pega um pális e um caderno e começa a rabiscar. Nada certo, apenas meias palavras. Até que lhe dá vontade de escrever uma carta. Como se amanhã eu fosse recebê-la. Uma das últimas frases é "Sempre Sua"... Fico pensando... Às vezes pode-se possuir uma coisa para sempre, mas nem sempre pode-se tê-la ao alcance das mãos... Você fecha o caderno, recosta-se na cama e fica assim por muito tempo, a sonhar, com o olhar perdido em algum ponto da parede. Eu me aproximo e tento mexer em seus cabelos. Em vão. Não posso tocá-la. Esse foi o meu destino. Para sempre poder observá-la, bem de perto, mas nunca mais poder sentir o calor de seu corpo. Nem tocar uma palavra sequer, nem o "EU TE AMO" que está engasgado em minha garganta...
(Transcrição de texto escrito em Uberlândia, 20/05/1993 - 21:00)

1 Comments:

  • Doido esse texto, maió sensibilidade. Só o pális que eu não entendi o que é...

    By Blogger Prós, at 09:38  

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